Na SAP, acreditamos que a criança, quando imersa em ambientes nos quais a leitura e a escrita têm uma função social, acaba por avançar e construir hipóteses sobre o funcionamento do código escrito.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky, duas grandes estudiosas da área, realizaram uma vasta pesquisa na qual investigaram o desenvolvimento infantil frente à linguagem e construíram uma teoria, denominada psicogênese da leitura e da escrita.
Esse trabalho teve como objetivo identificar o estágio de desenvolvimento da criança em seu processo de compreensão da natureza da escrita. A “localização” da criança em uma determinada fase é necessária para orientar as ações pedagógicas que devem ser trabalhadas para o desenvolvimento do processo de alfabetização.
Dessa forma, esses estudos foram fundamentais para o planejamento do professor em relação aos aspectos que favorecem a compreensão da leitura e escrita na Educação Infantil. Para que vocês possam entender melhor, descrevemos abaixo os estágios de construção da lecto-escrita:
Pré-silábico:
- Etapa 1
A criança tem traços típicos, como linhas e formas semelhantes a emes e zigue zags, tentando reproduzir os movimentos da letra cursiva. Ainda não é possível distinguir desenho e escrita em seus registros, apenas quem escreveu sabe o que significa.
- Etapa 2
A criança começa a grafar “pseudo-letras”, como E contendo vários traços, o P parecendo um pirulito.
- Etapa 3
Ao se apropriar das letras do nome, a criança passa a adquirir formas fixas de escrita, utilizando-as de maneira aleatória para escrever diversas palavras, sempre modificando a ordem em que aparecem.
- Etapa 4
Com o repertório de letras ampliado, a criança começa a escrever usando vários símbolos.
Silábico-quantitativo:
Pouco a pouco, a criança começa a refletir sobre os segmentos sonoros e passa a considerar que uma letra é suficiente para escrever uma sílaba. Assim, começa a relacionar a escrita à leitura.
Silábico-qualitativo:
Nesta etapa, além do segmento sonoro, a criança começa a estabelecer uma relação entre o grafema e o fonema, ou seja, começa a escrever escolhendo a letra que corresponde ao som que mais se destaca na pronúncia da sílaba.
Silábico-alfabético:
Neste nível, há um avanço qualitativo, a criança percebe que o som de algumas sílabas pode ser segmentado em mais de um som durante a leitura, o que faz com que use mais de uma letra para representar as sílabas. No entanto, nem sempre corresponde o grafema ao fonema e, por vezes, ainda considera apenas uma letra para grafar uma sílaba.
Alfabético:
Neste momento, ela já percebe a escrita como representação dos sons da fala e já utiliza sua escrita mais próxima à escrita convencional, ainda tendo como desafio dominar a ortografia correta das palavras.
No Pré II da Educação Infantil, que atende crianças de 5 e 6 anos, o nosso objetivo não é que o aluno chegue ao nível alfabético, mas que se aproprie do código escrito, perceba cada vez mais a função social da escrita e invista em seu processo de construção.
Aqui na SAP, nós incentivamos a leitura e a escrita através da experiência. Em nosso planejamento, realizamos diversas atividades, brincadeiras e jogos que ajudam as crianças a se conectarem, desde cedo, com o processo de alfabetização.
Entre em contato conosco para saber um pouco mais da nossa proposta pedagógica, será um prazer conversar com você 😊
Teresa Cristina Dorneles – Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil